Quintal dos Poetas
Oficina Literária
editora independente
Um levantamento, por amostragem, feito no inventário dos livros de ficção mais vendidos de revista Veja no primeiro decêndio do novo século, mostra o tamanho da pequenez da literatura nacional no movimento editorial brasileiro nesse início de era. Os números mostram que de 2001 a 2010, apenas 21% dos livros mais vendidos eram de autores nacionais.
Um levantamento, também por amostragem, feito no catálogo da prestigiada editora Cia das Letras, no segundo semestre de 2014, mostra uma situação semelhante, ainda que um pouco atenuada. Entre os livros de ficção disponibilizados pela editora, no período, 36% eram de autores nacionais.
Em 2014 a situação da produção literária nacional, no contexto da nossa indústria editorial de livros de ficção, piorou consideravelmente. Não apareceu um único autor nacional na lista dos mais vendidos do ano (revista Veja). Veja abaixo:
1º) A culpa é das estrelas 6º) O pequeno príncipe
John Green (USA) Antoine de Saint-Exupéry (FRANÇA)
Intrínseca Agir
2º) Se eu ficar 7º) Divergente
Gayle Forman (USA) Veronica Roth (USA)
Novo Conceito Rocco
3º) Quem é você, Alasca? 8º) O sangue do Olimpo
John Green (USA) Rick Riordan (USA)
Intrínseca Intrínseca
4º) Cidade de papel 9º) Convergente
John Green (USA) Veronica Roth (USA)
Intrínseca Rocco
5º A menina que roubava livro 10º) O teorema Katherine
Markus Zusak (AUSTRÁLIA) John Green (USA)
Intrínseca Intrínseca
A fórmula do sucesso editorial em nosso país continua inalterada. Marca o triunfo da literatura americana de latinha no Brasil, quero dizer, aquela literatura apátrida, suficientemente medíocre para facilitar a tradução em qualquer língua, sensibilizar os sentimentos rasos e fazer sucesso em qualquer lugar. E o ápice arrazador da desconstrução cultural ao modo capitalista.